segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A presença da figura paterna na construção dos limites

Samanta Cunha de Farias
Psicóloga e Psicopedagoga
Diretora Pedagógica do Centro Educacional Tellus


O conceito de indisciplina, como toda a criação cultural, não é estático e nem tampouco universal. Ele muda conforme o contexto em que está inserido. Se relaciona intimamente com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade: nas diversas classes sociais, nas diferentes instituições e até no plano individual a palavra indisciplina pode ter diferentes sentidos que dependerão das marcas de cada sujeito.
Como decorrência, os padrões de disciplina que pautam a educação das crianças e jovens, assim como os critérios adotados para afirmar que um determinado comportamento é indisciplinado se modificam ao longo do tempo.
Uma das causas da indisciplina é a falta de limites, que deve ser dado à criança desde a mais tenra idade.
Atualmente assistimos, atônitos, uma série de acontecimentos em nossa sociedade que, se formos verificar na história de cada sujeito infrator (seja um rico, um político, um pobre ou um policial), com certeza iremos nos deparar com falta de lei, de um corte subjetivo por parte do pai (o representante máximo da ordem na vida da criança). Este pai, e digo aqui pai como qualquer figura masculina, pode ter de alguma forma  faltado no momento exato para mostrar ao seu filho, que há limite na sociedade e que este limite é estabelecido pelo outro.
A falta de limite gera insegurança ao sujeito, que não conseguirá construir sua história, já que a sua base é muito fraca. Poderá buscar no futuro as drogas, a delinqüência, o não respeito às leis.
Surge em decorrência disto, um ciclo social em que a ausência de limites está presente. A justiça não está fazendo sua parte na representação da lei. Os cidadãos vendo e vivendo este fato, iniciam um processo de "esquecimento" de leis que regem nossa sociedade, gerando este caos em que estamos inseridos.
Há que se mudar este quadro a partir de nossas crianças, mas não apenas na escola. O essencial aqui é o trabalho conjunto entre escola, família e sociedade.

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